Passo a Passo como estudei japonês

3. Vida no Japão

Aqui deixo passo a passo de como estudei o japonês.

Mas atenção!

A forma de estudo é diferente para cada pessoa. Eu levei toda a minha infância e adolescência para chegar até o nível N1 de JLPT. E Isso porque eu estudava quando quisesse, de forma sem nenhum discernimento. Veja no link abaixo como tirei JLPT:

Mapeei o que eu fiz, para que possa dar alguma luz a quem esteja precisando.

Leve em consideração essas dicas se

  • Você está começando a estudar e não sabe por onde começar.
  • Você já está um tempo estudando e sente que não tá dando frutos.

Passo 1 – Aprender a ler junto com a conversação simples.

Colar lista de Hiragana e Katakana na parede

Não há nada melhor para iniciantes numa língua estrangeira do que conteúdo da educação infantil de alfabetização.

A gente não nasce sabendo.

Crescemos escutando musiquinha simples, com adultos nos pedindo pra repetir o que falam.

Passa carro, e já tem um adulto por perto pra dizer apontando:

“Olha! Um carro!”

É assim que aprendemos a falar.

Mas leva tempo.

作者: mimipiyo

Para acelerar o aprendizado, saiba primeiramente ler Hiragana e Katakana.

Veja abaixo o link para lista de Hiragana, com Katakana, e letra romana.

É muito comum no Japão ter cartaz com alfabetos Hiragana e Katakana colados na parede para a criança memorizar.

Foi assim que aprendi também.

(E a Tabuada era colada no teto, pois eu memorizava enquanto tentava dormir)

(Não desligava a luz, pois debaixo da cama, habitava o bicho-papão…)

Memorizar nomes e frases simples

Segunda etapa é traduzir as apostilas infantis para alfabetização.

Se você mora no Japão, terá acesso a quaisquer atividades infantis nas maiores livrarias.

Lista das principais livrarias do Japão.

E não podemos deixar de fora o 100 iene shop.

Daiso, Can Do, Seria, oferecem cadernos de caligrafia.

Mas se não mora no Japão, pode tentar baixar algumas atividades gratuitas por aqui:

A outra opção é DIY.

Na minha adolescência, male má tinha internet na minha cidade.

O que fazia, era desenterrar as apostilas de educação infantil e sair traduzindo.

E o que eu tinha era: DICIONÁRIO.

O bom e velho dicionário Português-Japonês, Japonês-Português.

(eu tinha um vermelho/verde que parecia bíblia)

Escrevia com lápis e memorizava o nome dos objetos, frutas, conversação básica.

Conteúdo infantil para bebês são ótimas apostilas para aprender a conversação básica.

Se você mora fora do Japão, não tem acesso a dicionários, tente usar o aplicativo do Google Translator ou outros aplicativos de tradução.

Você pode traduzir usando o celular ou o computador.

作者: megkmit

Escutar programação infantil como se fosse Pod Cast.

Na minha época, ter antena com canal por assinatura era a única solução.

Hoje em dia se tiver acesso a internet, tem acesso a muitas informações.

Aqui está a lista de youtube e sites que pode ser usado para treinar o ouvido:

Tem muitos japoneses que dão aula online gratuitas.

Recomendo escolher alguém que seja um nativo, e que somente explique em japonês, pois é só um treinamento do ouvido para distinguir sotaque fluente com sotaque de estrangeiro.

Aqui nessa etapa, você não vai sentar para estudar.

Você só vai escutar.

Então escute enquanto limpando a casa, tá cozinhando, dirigindo, tá jogando vídeo game, como se fosse um rádio. 

Ter dois fontes de estudo

Para iniciantes, mergulhar diretamente em curso com professor que só fala o japonês é muito difícil!!

Mas é indispensável.

É importante que tenha dois mentores.

  1. Um que explique em português.
  2. E outro que explique somente em japonês.

Esse método funcionou perfeitamente comigo, quando eu aprendia o japonês, e principalmente o inglês.

  1. Nas aulas de inglês na escola, aprendia com explicação em português (nível básico).
  2. Nas aulas de curso de inglês no método CCAA, todas as aulas, apostilas e quaisquer material eram no idioma inglesa, até as explicações dos professores (modo hard do nível básico).

Com o japonês, eu estudava traduzindo tudo.

Mas na hora de falar com meus pais, principalmente com a minha mãe, não dava pra português, pois ela não entendia nada. Portanto, precisava ter muitos estoques de palavras sinônimos na hora que esquecia o nome das coisas.

Passo 2 – Aprender a ler

Treinando o ouvido e a conseguindo a leitura básica, já poderemos ir para a próxima etapa. 

Você já sabe ler Hiragana e Katakana.

Já tem noção de algumas palavras, e conversação.

O próximo passo é tentar interpretar o que está lendo.

Ler hiragana escrito ao lado dos Kanjis.

Existem sites que oferece livros infantis gratuitos:

Livros e mangás voltado para crianças, tem Furigana ao lado dos Kanjis, para crianças que ainda não aprenderam a ler o Kanji.

作者: ☆エマ☆

Por que recomendar mangá?

Muitas pessoas não gostam de gibi, comic book, ou até mangás.

Nem todos os japoneses criados no Japão, leem mangás.

Inclusive muitos pais desaconselham os filhos a ler mangás e assistir animes, pois acreditam ser um mal para a educação.

Mesmo assim recomendo a leitura, pois, existe mangá para todos os gostos.

Mangá e animê não são feitos somente de história de piratas, ninjas, ou Goku.

Existem os educativos também.

Eu recomendo pois precisamos saber a ocasião que deve usar uma determinada palavra, a linguagem corporal, o nexo causal para formar uma frase. E Mangá vem com desenho, para estimular a nossa memória.

Ler mangás

Sabendo ler Hiragana e Katakana, já pode arriscar a ler mangás.

No Japão, tem mangá para todos as idades, todos os gostos, e todas as necessidade.

E existe muitos sites que vende livros digitalizados, que oferecem amostras do conteúdo.

São estes:

Site/Apps que oferece episódios gratuitos:

Passo 3 – Planejar, Fazer, Verificar e Agir

作者: ちぬる

Descobrir a melhor forma de educação para você

Não gosto de aula presencial.

Gosto de estudar a hora que eu bem entender, durante o tempo que a minha concentração permitir.

Não tenho disciplina.

Portanto, preciso de apostila, livros, matéria pré-determinada para me guiar.

Não gosto de me comprometer a aparecer num lugar em horário determinado improrrogável.

Porém não faço nada sem uma meta para cumprir. Portanto, preciso de provas para me comprometer a estudar.

Algumas preferências que descobri de mim mesma:

  • Aula a distância com flexibilidade no horário de estudo.
  • Tarefas com prazo, e provas valendo nota.
  • Feedback de profissionais da área com fundamento.
  • Meta a ser cumprido através de certificados válidos e conhecidos.
  • Memorizo visualmente, logo preciso de gráfico, desenho, caricaturas.
  • Memorizo longos textos somente se for em narrativa, e se conseguir visualizar mentalmente.
  • Tenho memória curta para assuntos de pouco interesse.

Ter as informações preferenciais sobre si mesmo, conseguirá montar um roteiro de estudos.

Se não tem a mínima noção por onde começar, fique atento a consultores educacionais.

Eles podem ajudar a te guiar antes de começar a estudar.

Lembre-se que cada pessoa tem necessidades diferentes.

Botar o conhecimento em execução

Falar com um japonês.

Trabalhar com um japonês.

Ter um amigo japonês.

Tudo isso para colocar em prática o que aprendeu.

Eu paguei um curso no Kumon por um ano, em que a professora me mandava feedback das atividades e redação que eu escrevia a cada quinzena.

Foi muito caro mas acredito que compensou.

Saber aceitar críticas

“É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”– Patativa do Assaré.

Conhece Sofia Vergana, a Gloria do seriado americano Modern Family?

Amo ela.

E acho feio quem rí dela, não pela piada, mas por sotaque e inglês com erro ortográfico.

Não aceite que a falta de fluência seja alvo de humilhação por analfabetos funcionais. 

Como fortalecer a sua inteligência emocional:

Tenha autoconfiança no seu potencial, controle seu impulso e mantenha a calma, tenha como princípio a prática da resiliência e tente lidar com emoções negativas, pratique empatia, etc.

Em fim, só você saberá o que for pra você e o que te faz bem.

Só você pode determinar o limite do seu saco.

E se você conseguir aguentar, um bom feedback vai fazer toda a diferença.

Mas precisará lidar com o medo e a ansiedade primeiro, para aceitar que uma outra pessoa corrija o seu sotaque, a fala, e ortografia.

Sair da zona de conforto

No meu caso, o propósito seria: um espaço de conforto em emprego estável.

Para isso precisava disputar a vaga junto com japoneses, adquirindo habilidades além do idioma fluente.

Eu precisava de habilidade em comunicação corporativa no nível de negociação.

Valorize o seu trabalho, o seu potencial, e a sua oferta.

Você pode viver seus sonhos, seus caprichos, encontrar o que te faz feliz.

Se quiser um nível elevado de conhecimento em determinada área, no caso dessa postagem, na língua japonesa, precisa encontrar propósitos e lidar com desafios.

Cada objetivo tem um nível diferente a ser atingido.

No meu caso, se eu almejar o topo de uma empresa japonesa, teria de ser o melhor, incluindo a língua. E para alcançar esse objetivo, não tenho outra escolha senão o aprendizado contínuo.

PDCA- Planejar, Fazer, Verificar e Agir

É uma ferramenta baseada na repetição, aplicada sucessivamente nos processos buscando a melhoria de forma continuada para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização.<https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_PDCA>

作者: BlueFruit

Para saber mais sobre o PDCA:

O ciclo PDCA que diz ser usado pelo Toyota tem uma continuação.

O “+ F”, onde “F” pode significar “Follow” (com o “up”, significa acompanhar) e às vezes interpretado como Feedback (dar retorno). Os méritos de “+ F” são descritos em doutrinas como melhoramento da precisão do ciclo PDCA, tornando os resultados permanentes:

  • Cada participante deve ter interesse contínuo no seu significado
  • Discutir o método com várias pessoas
  • Estar consciente do seguinte passo quando os resultados forem alcançados

Resumindo, “+ F” é discutir com um terceiro enquanto gira o ciclo PDCA, e através do retorno do acompanhamento, continuar a girar o ciclo para a melhoria.

EXTRA

Um pouco do que escutei de amigos que falam mais de uma língua, como fizeram para dominar a base.

Estudar começando por Kanji

Já conheci alguns australianos que diziam ter começado a estudar por Kanji.

Seu significados, formatos, e a criação histórica.

Aprendiam a escrever e um pouco da cultura japonesa ao mesmo tempo.

Não precisariam saber ler corretamente.

O objetivo era ajudá-los a se virarem em grande Tóquio, para utilizar transporte coletivo, e conseguir fazer compras no mercado.

Eu só acho que tem que ter uma boa memória fotográfica.

Ajuda bastante se a intenção é ficar por curto tempo.

作者: 図案屋さん

Estudar traduzindo letras de músicas

Para quem gosta muito de músicas.

Estudar o contexto ajuda a entender um pouco da cultura.

Tentar cantar no Karaokê ajuda bastante na fala e na leitura.

作者: なってぃー@そんちょ

Achar um crush

Para quem é extrovertido, achar namorado (a) é o caminho mais rápido.

Para os otakus, achar um crush (ainda chamam assim??).

Para quem é K-pop, é considerado fã, quando conhece o trabalho, tanto na música como nas atividades de promoção de marketing, personalidades e gostos dos integrantes, e todos as informações que conseguir. Muita gente que gosta de K-pop ou Kdrama, acaba estudando coreano.

No Japão é chamado atualmente de 押し (Oshi).

O crush não precisa ser uma pessoa real (3D). Pode ser um personagem de anime (2D).

E quando você fica obcecado com alguma coisa, se chama 沼 (Numa), que significa pântano.

Uma vez que você pisa, dificilmente vai sair dela.

E acaba estudando o japonês para conseguir mais informações. 

作者: 早瀬ひろむ

 Trabalhar/estudar onde só usa o japonês.

Como que tem muita gente que trabalha faz 10 anos no Japão, e não aprende o idioma?

Simples! Porque trabalha num ambiente que não precisa do japonês.

Não há melhor forma de aperfeiçoar um idioma se não for instinto de sobrevivência.

Foi como cheguei no nível fluente, o suficiente para tentar até a prova Ordem dos Advogados do Japão.

(conseguir acertar as questões, passar, abanar com o cartãozinho é outros quinhentos).

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